Arquivos da categoria: Texto

Devaneios na Cidade Grande

Engraçado como mesmo estando rodeados de pessoas muitas vezes nos sentimos sozinhos, outrora quando a sós, nos sentimos acompanhados, que paradoxo!

A vida na cidade grande é solitária, todos estão correndo por suas respectivas necessidades, sonhos, vontades… E acabamos nos esfriando, deixando passar até um simples: – Oi, tudo bem?

Corremos pra tudo, não temos tempo pra nada nem ninguém. É tanta correria que não sei onde isso vai dar

Saímos cedo e chegamos tarde de nossas casas, temos mais casa na rua que casa na casa. Vivemos na rua e dormimos em casa, na verdade a vida na cidade grande nossas casas são um hotel, onde comemos apenas uma refeição noturna e deitamos em nossas camas

Perseguimos o sucesso e quando ele chega vemos quanto tempo foi perdido, quanta vida para trás… O que será o sucesso? Que mentira é essa que foi-nos passada como a verdade do feliz viver?

Talvez um salário que paga nossa falta de tempo?
Uma roupa nova que depois de usada pela segunda vez perde a graça?
Um restaurante caro onde comemos e em 2 horas estamos com fome?
Um carro do ano, ou com baixa rodagem que desvaloriza de 10 a 20% por ano fora os tributos e gastos?
Um apartamento num bairro nobre com piscina, salão de jogos, academia e etc… Nem sequer temos o ‘bendito’ tempo de usufruir do tau condomínio

Já dizia o sábio, tudo é vaidade, é como correr atrás do vento

A vida na cidade grande é assim, é como um motorista apressado no trânsito, olha o carro da frente e quer passar, não quer estar no retrovisor

A graça da vida é o viver, é o caminho, o instante… o tempo passa, as coisas passam e com o foco errado, turvo, o tempo de viver se esvai como as folhas de outono, quando percebemos estamos com a conta cheia, o checklist preenchido mas vazio de vida dentro de nós

vazio de vida dentro de nós.

Atalhos

Outro dia estava pensando em algumas coisas da vida e veio em minha mente a seguinte frase: “nem sempre os atalhos levam-nos ao destino mais rápido”

Atalhos… Quem nunca? rs

Lembro quando era criança meu avô ainda vivo, íamos ao mercado ou ao comércio aqui perto de casa ele sempre pegava um atalho por uma viela para chegar à avenida principal aqui do bairro, mas o mais engraçado é que pra ele era um atalho mas se formos ver o caminho na verdade não é rs demora mais dando essa volta pra pegar a viela do que seguir reto pela minha rua em direção a avenida. Toda vez que passo próximo a esta viela eu lembro do velhinho.

Seguindo a linha do pensamento a partir dessa minha lembrança é possível traçarmos um paralelo com a frase do início do texto com os atalhos que a gente muitas vezes “pega na vida”

Eu nunca fui esse tipo de pessoa, mas você também deve conhecer gente que gosta e sempre acha uma maneira de pegar um atalho pra realizar algo na vida, uma melhor palavra para descrever o pensamento de “atalhos da vida” seria manobras. Aquelas pessoas que sempre fazem manobras para chegar ao seu objetivo, muitas vezes até “passando por cima dos outros”, “burlando o sistema” e achando que vai ter um sucesso real no futuro agindo dessa forma. Há também aquele tipo de pessoa que sabe que você presta um tipo de serviço, não quer te pagar para realizar ele e não tem capacidade de fazer o mesmo, aí em vez de valorizar o profissional que você é ela faz perguntas e tenta tirar o máximo de informações pra ela mesmo fazer.

Poderia citar muitos outros exemplos, mas estes dois tipos de personalidades que me vieram a mente no dia que pensei na questão dos atalhos…

Atalhos muitas vezes nos levam mais rápido ao destino, ou a realização do objetivo, muitas vezes não. Ao pegar atalhos na vida podemos colher frutos totalmente diferentes daqueles que planejávamos, nem sempre o “espertão” se dá bem no final

Algo que sempre levei comigo é que o que é certo é certo, façamos as coisas da forma correta que no final tudo vai dar certo… E valorizemos o trabalho do outro, pois assim como gostamos e esperamos ser valorizados que sejamos assim com nosso próximo

Hoje o atalho pode parecer uma boa, mas amanhã ele pode voltar-se contra nós!

Enjoy!

Então é Natal

Faz um tempinho que não apareço por aqui, tenho trabalhado bastante e ficado meio sem tempo para pôr a mentetrovadora pra pensar, enfim, hoje é natal e merece uma menção no blog ?

Hoje é 25 de dezembro, manhã de natal… Uma data que marca simbolicamente o nascimento do menino Jesus, nosso Salvador, Aquele cujo no princípio era o verbo, estava com Deus e era Deus.O menino Jesus, concebido no ventre de uma virgem de família humilde, numa cidade onde tinha nada de bom, nada para se ostentar nem ter orgulho, Nazaré

O natal é uma das datas que mais curto no ano, além do fato de comemorarmos o nascimento de Cristo é uma data que sentimos aquele clima de família no trabalho, na vizinhança, nos estabelecimentos, parece um momento mágico onde todos desejam coisas boas uns aos outros e esquecem um pouco dos problemas da vida. No natal temos a famosa ceia da véspera de natal, onde nos reunimos com parentes que muitas vezes sequer vimos no passar do ano. Trocamos presentes, abraçamos, beijamos e alegramo-nos todos juntos

No natal temos aquelas piadas clássicas que algum tio conta, comidas especiais que só aparecem nesta data, criançada correndo na sala, lembranças de outros natais e recordações daqueles que se foram e nos eram queridos

Fico pensando naqueles que não tem uma família para cear e comemorar o natal, quão triste deve ser ver e sentir as pessoas felizes entre irmão, primos, filhos, pais, avós… e esta pessoa ali sozinha sem alguém para conversar, dividir o prato, isso se tiver algo para comer. Quão gratos temos que ser a Deus a gente que tem uma família, um teto para descansar e uma mesa farta de comida, a família é uma dádiva de Deus… A família é um bem tão precioso que se observarmos a criação, a primeira instituição que Deus criou foi a família

Enfim, não quero me delongar, que este natal esteja sendo especial para você assim como pra mim, coma, beba e se alegre como disse Salomão em Eclesiastes. Que possamos ser gratos a Deus por ter mandado seu filho para nos livrar da morte e nos dar o grande presente que é a segunda chance, a chance de ter aquilo que foi plantado em nossos corações: a Eternidade

Feliz Natal

Junta Panela

Há praticamente um mês atrás após alguns tweets trocados com uns amigos, combinamos de fazer um ‘junta panela raiz’, armamos um grupo no whatsapp e separamos as coisas que cada um deveria levar

Ontem ao sair de casa com uma sacola cheia de coisas pra ir ao almoço me veio um sentimento nostálgico do tempo em que ‘almoços junta panela’ eram comuns praticamente todos os fins de semana quando eu era criança e adolescente, eu sinceramente não me recordo quando foi a ultima vez que participei de um almoço deste, os últimos coletivos combinamos um valor em dinheiro e uma pessoa comprava tudo e fazíamos na hora ou comprávamos as coisas no dia juntos também. Mas esse lance de sair com o prato / sacola e ir pro almoço fazem muitos anos mesmo. Lembro-me dos almoços que tínhamos na igreja, na casa dos irmãos mensalmente e cada um levava sua parte do almoço e também o seu prato e talheres para comer… eram momentos únicos de união e entretenimento sadio, sem contar o fato de sempre ter aquela sobremesa ou prato especial que uma irmã fazia e nos almoços sempre ficava pra ela levar, lembro da Maria Luiza e seu sorvete caseiro, sempre chegava com 2 potes de sorvete feito com muito amor e carinho pra gente.

Após chegar em casa a noite, postei no Twitter: “Com uma vida tão virtual, quando juntamos no mundo “real” amigos pra almoçar e papear é incrível” | vivemos uma vida virtual, poucos abraços, escassos beijos no rosto, raríssimas conversas estando no mesmo ambiente… o mundo antigamente (10 anos atrás pra +) parecia que era mais legal olhando por esse lado, tínhamos mais contato com as pessoas, quando não era pessoalmente fazíamos uma ligação por telefone fixo ou celular, qual foi a ultima vez que você ligou pra uma pessoa querida? Ligar mesmo, não mandar áudio, SMS (quem manda SMS hoje em dia rs) ou mensagem em aplicativos de conversa… Ligar, ouvir a voz da outra pessoa ao vivo, real time, esperar a pessoa falar e depois você falar…

Ontem teve abraços, teve risadas, teve “puxa que saudade de você”, teve piadas sem graça, teve beber no mesmo copo que o outro amigo, teve “pega água pra mim”, teve sobremesa caseira, teve “passa seu endereço aí” “como chega?”, teve 1 foto…

Poderia ser mais extenso no texto mas vou ser breve dessa vez. Estou realmente feliz por ter participado daquele almoço ontem, pessoas diferentes, de cores diferentes, tamanhos diferentes, lugares diferentes, vozes diferentes, risadas diferentes… todos ali comendo, bebendo e se divertindo juntos numa sala de estar sentados no sofá, chão e escorados na parede.

Uma lição que aprendi ontem: temos perdido muito da nossa vida imergidos nestes novos tempos de um mundo virtual

E só um comentário: gastei R$10,00 + Transporte pro almoço

É Culpa da Crise

Desde 2014, nós brasileiros vivemos com uma palavra que nos é lembrada dia a dia: a CRISE

Engraçado que no ano de 2008 quando tivemos aquela Crise Mundial, o Brasil foi um dos poucos países a sair praticamente ileso e continuando a crescer, mas depois de 3, 4 anos vimos que foram anos de postergação para o que havia de chegar, a Crise Brasileira. Não quero entrar no mérito da crise, o que a gerou, e etc… nem falar o que foi feito economicamente / politicamente nos anos para postergar ela…

Michael Temer após ser empossado Presidente da República no lugar da Dilma após o Impeachment em 2016 disse uma frase ao final do seu discurso: “Não fale em crise, trabalhe”, ele pode ser um charlatão em muito que fala e faz mas esta frase tem muito sentido e deve ser lembrada todas as vezes que pensarmos em nossos problemas decorrentes da crise, pois quando trabalhamos e arregaçamos as mangas as coisas começam a mudar, pode não ser instantaneamente mas “uma hora muda” rs

O insight que me fez escrever este texto veio após uma situação que meu pai passou num emprego que ele ficou 3 dias na semana passada. O horário de trabalho dele era noturno, das 22h00 as 5h30, como em todo emprego novo que começamos sempre há uma pessoa para nos treinar, pessoa essa que auxiliamos antes de pegar as rédeas do job, neste horário do meu pai haviam mais 2 funcionários, um que ele era auxiliar e outro que fazia outro tipo de trampo, aí você me pergunta:

– mas Danilo, seu pai ficou 4 anos sem trabalho registrado e quando arruma fica 3 dias?

É isso mesmo, 3 dias rs, o que aconteceu foi que destes 2 funcionários um ficava assistindo séries e filmes na Netflix e o outro cujo meu pai era subordinado ficava dormindo… Como meu pai é um cara proativo, não gosta de ficar parado e honesto ele depois dos 3 dias pediu demissão, pois sabe lá quando essa situação ia mudar, fora o fato de que ficar sem fazer nada a noite é totalmente diferente do que de dia

Mas onde eu quero chegar depois dessa história toda… É a questão de nós muitas vezes reclamarmos do que tem acontecido em nossas vidas ou melhor: não acontecido. E não fazermos nada para mudar, jogar a culpa na crise simplesmente. Este exemplo do meu pai foi apenas um de muitos que estão atrás de um emprego honesto, um lugar onde usem suas habilidades e cresçam profissionalmente e não conseguem devido a crise no país e os que estão empregados fazendo “braço curto” e recebendo um salário sem trabalhar. Aí depois reclamam do governo corrupto, dos políticos ladrões, empresas sem compromisso e por aí vai… mas e a sua parte, tem feito da devida forma? Muito poderia e pode ser realizado se mudarmos nosso pensamento de “É Culpa da Crise” e “Trabalharmos” para fazer acontecer

Sim, estamos passando por um momento ruim em nosso país, de crise em todos os âmbitos praticamente, mas podemos fazer a nossa parte para um presente e futuro melhor

O Futuro é sempre melhor que O Ontem

Tenho vivido dias únicos e totalmente inesperados… Como alguns dos meus pouquíssimos leitores e seguidores fora do mentetrovadora sabem eu acompanhei minha mãe em sua participação no quadro “Quem Quer Ser um Milionário?” do programa Caldeirão do Huck na Rede Globo e depois do dia que tivemos a notícia que minha mãe ia mesmo participar do programa e viajaríamos ao Rio de Janeiro muita coisa aconteceu sé loco rs

Além de acompanhar presencialmente minha mãe no programa tive a oportunidade de falar um pouco sobre o que meus pais fizeram pela nossa família e a mim no primeiro programa e o que falei é realmente o que eu levo como motivação todos os dias da minha vida… Temos uma casa simples, um carro comum, nada de luxo e tudo que eles conquistaram até hoje é por mérito e muito suor. Numa outra oportunidade vou escrever sobre este assunto, hoje quero falar sobre o tema que abordei no título do texto…

“O Futuro é sempre melhor que O Ontem” – muitas vezes falamos e ouvimos falarem que nos tempos de antigamente era melhor, isso e aquilo era diferente, o preço dos produtos eram mais em conta, músicas melhores, moradia, educação, saúde… Enfim, muita das vezes isso é verdade e tem nexo, mas a reflexão que quero levar nesse pensamento é que o futuro é sempre melhor pelo fato de nós no presente termos a oportunidade de fazer um futuro melhor que o ontem, que o passado, e isso sempre será possível afinal estamos vivos. O que ficou no passado se foi, ficou e não muda, o presente é o hoje, não vai voltar depois que passar e o futuro é o que há de vir, muitas coisas temos controle e podem ser mudadas no hoje e e desfrutarmos no amanhã e algumas outras não depende da gente, são involuntárias…

Nós não fomos moldados por alguém feito estátuas, temos pernas, braços, sentidos, cérebro, boca e ouvidos para fazermos as coisas acontecerem… A roda apenas gira se alguém a empurrar, pode ser você, o vento, ou outra pessoa no seu lugar rs por este motivo de não sermos estátuas, nós temos a oportunidade de realizarmos grandes coisas se sairmos da nossa zona de conforto e “andarmos pra frente”

Não seja uma estátua vendo tudo que se passa ao seu redor deixando a vida te levar, você que leva a sua vida, você que é a mudança no mundo, você é os 99% responsável pelo seu futuro ser melhor que o ontem.

Reinventar, Evoluir

Um tempo atrás escrevi uma postagem no blog do meu site danilodecastro.com.br intitulada “A Arte da Composição”, nele escrevi sobre alguns aspectos de como componho e afins… Hoje vou retornar ao assunto da composição devido uns pensamentos que tem me intrigado…

[este texto foi postado também em danilodecastro.com.br/blog]

Ano passado não foi um ano de grandes feitos e muitas músicas, devido a correria e engajamento nas gravações do meu disco, foi um ano magro de novas composições. O Compositor, O Artista, acho que em sua maioria sofre do mesmo mal que eu, a necessidade de produzir algo novo sempre, a ansiedade de “fazer o novo de novo”, em meio a mesmice de tudo que temos visto ultimamente é difícil fazer o novo, não apenas o novo comparado ao que está já lançado por aí mas o novo do que já fez antes, o reinventar-se a cada verso, nota, canção, é um desafio e tanto para quem lida com composição, afinal é muito fácil fazer do mesmo sempre, mas reinventar-se é um grande desafio… Um dos motivos de eu ter tido um ano magro de músicas novas ano passado além da correria, foi essa procura pelo novo, pelo que nunca fiz antes e sempre quando estava escrevendo, tocando algo novo não era tão novo assim mas uma cópia de algo já inventado… Este ano no carnaval comecei a escrever algo que foi pra mim muito pesado e difícil de transpor ao papel, depois de fechar o texto e debulhar em tudo comecei a tocar uns 2 acordes e a música começou a sair, quão feliz foi reinventar-me novamente, foi como uma fênix que das cinzas renasce e voa novamente totalmente nova e revigorada.

Muitas vezes nós compositores queremos quantidades, mas tenho privado ultimamente pela qualidade, a quantidade não é tão relevante para mim hoje, não gosto do lance de compor, fazer música por demanda, afinal a arte não deve ser uma demanda e sim uma extensão do momento que você está passando… Repense foi o nome dado para esta música que fiz e ela traz um verso que reflito todos os dias: “repense, reinvente, torne-se melhor que ontem, não seja pedra de tropeço pra ninguém” o reinventar-se é sempre algo bom para o ser humano, repensar as ações, pensamentos, atitudes, tornar-se alguém melhor a cada amanhecer… Muitas vezes nos perdemos em meio a correria e sempre fazemos e nos tornamos o mesmo do mesmo e não progredimos na evolução do eu, falam muito que o homem veio do macaco e foi evoluindo ao passar dos anos, eu acredito que a maior evolução é a do caráter, evoluir a mente, evoluir-se a cada dia.

Troco Likes

Ultimamente tenho me intrigado bastante com algumas questões no âmbito do porque nós hoje temos enraizada a necessidade de se expor tanto nas redes sociais, vamos a uma festa e fazemos diversos ‘snaps’ da festa em vez de curtir o momento em si, vamos a um evento fazemos check in para as pessoas verem onde nós estamos naquele momento, no trabalho, na escola, no transito, no médico entre outros lugares do dia a dia vamos fazendo as postagens de como está ali, do que estamos fazendo e afins… Eu cansei.

Alguns anos atrás surgiu o Orkut, no auge da rede social eu tinha meus 11 anos e lembro como hoje como era legal ver o que as pessoas lhe escreviam de depoimentos, scraps e os assuntos das comunidades… Lembro também que popularizou uma outra rede chamada Twitter, e nela escrevíamos em 140 caracteres o que quisesse, você poderia seguir pessoas, twittar para elas e também ser seguido, receber twittes e mensagens privadas, até hoje o Twitter é vivo e no mesmo formato, sendo uma das redes sociais mais influentes e uma forte ferramenta de busca sobre o que as pessoas estão achando dos assuntos do momento… Tempo foi se passando e o Orkut foi crescendo, crescendo até o dia que uma rede sem graça chegava ao Brasil chamada de Facebook, poucos se simpatizaram no início mas em torno de 2010/11 começou o auge da rede por aqui e nela a todo instante respondíamos e víamos o que as pessoas respondiam no box “No que você está pensando?”, nela podemos publicar fotos, vídeos, links etc… Outras redes surgiram com os anos como o Instagram, o mensageiro Whatsapp e Snapchat. Lembro quando lançou o Snapchat e chegou no Brasil eu tinha um Smartphone que rodava Windows Phone, não tinha o app para esta plataforma e eu ficava doido pra comprar um celular com Android ou iOS e poder tê-lo em meu celular e ver seguidamente o que as pessoas estavam postando e também postar seguidamente o que eu estava fazendo… Troquei de celular, instalei o Snapchat e fiquei nessa ânsia de postar por pouco tempo, algumas semanas depois chegou o recurso de fotos temporárias também no Instagram e assim mais uma rede social nos induzindo à postagens 24h.

Enfim, acho que já falei muito sobre as redes num geral, vamos voltar ao assunto principal do texto que é o tau do ‘troco likes’… Acho que o ser humano sempre teve essa necessidade de ficar sabendo da vida dos outros, de falar o que está fazendo, acho que todos de nós já ficamos alguma vez de muquia na janela olhando alguma briga de nosso vizinho e falando numa roda de amigos o que fez no fim de semana, na ultima viagem… As redes sociais apenas amplificaram o que já fazíamos, o problema é quando perdemos o controle do que postar, quando postar e paramos de viver o real e sim viver em prol do virtual… Não vamos mais as festas, eventos, lugares e curtimos o momento, ficamos postando tudo que estamos fazendo lá para as outras pessoas verem e curtirem o que estamos ‘curtindo’ mas na verdade não estamos curtindo nada rs estamos apenas lá fazendo fotos e vídeos. Exemplo nato disso é um show de um cantor que gostamos muito e vamos lá, em vez de curtir o artista, a música, o momento ali com ele que pagamos caro, pegamos fila… Fazemos vídeos pra assistir depois… Mas Danilo, quero gravar este momento legal tau… O problema não está no postar e filmar, mas sei lá, muitas vezes perdemos o momento tão esperado pra ficar produzindo conteúdo pra rede social… Enfim, não to aqui pra mudar você sobre o que posta ou deixa de postar, mas a reflexão é: Porque eu troco likes?

Eu tenho diminuído os snaps, stories, posts, twittes e afins, pra curtir mais os momentos de lazer em si e parar de expor tanto meu dia a dia, afinal a vida é pra ser vivida e não virtualizada. Chega ser meio doentio esse nosso prazer de ser popular, de ter x likes numa foto, x visualizações num vídeo… Estamos fazendo aquilo em prol de nós ou dos outros? Ontem já fui um compulsivo, ainda sou um pouco, a cada dia tenho melhorado, afinal nascemos com um nome e sobrenome, não um nickname.

#ForçaChape

“Força Chape” é o grito que estamos ouvindo em forma de canto, publicações e lágrimas nestes últimos dois dias não só no Brasil mas no mundo todo. A madrugada de terça feira, dia 29/11/2016 foi o início de um dia que ficará marcado para sempre na história… Lembro da manhã de terça em que abri meu twitter e tinha uma notícia dizendo que o avião do Time da Chapecoense teve um pouso forçado, achei estranho mas notícias assim são normais, até que fui rolando os tweets e as notícias eram de tragédia, mortes e caos… Como sabemos, na madrugada da ultima terça feira ocorreu a queda do avião da empresa LaMia que transportava a delegação do time da Chapecoense juntamente com repórteres e convidados, até o presente momento os noticiários trazem a causa como uma “pane seca” que ocasionou a parada dos motores e todos os equipamentos do avião, não sou perito muito menos repórter então não vou me delongar nestes detalhes.

Um mês atrás estava almoçando num barzinho perto do meu cliente e assistindo o Jogo Aberto da Rede Bandeirantes vi a manchete “Chapecoense disputa semi finais da Copa Sul-Americana” olhei bem, mas não conseguia ouvir os comentaristas tau, fiquei abismado, pois a pouco ouvíamos apenas que este time era um mediano que atrapalhava os grandes quando se menos esperava no Campeonato Brasileiro, dei uma olhada nos sites de esportes e vi que era o único time brasileiro na disputa do campeonato… Comecei a torcer por eles pelo fato heroico, por estarem jogando com raça e dando o melhor de si como todos nós torcedores gostaríamos que nossos times fossem… Passaram-se os jogos e depois de um empate com gols na Arena Condá e no segundo jogo empate sem gols na casa do adversário, asseguraram a sonhada vaga na final do torneio. Só o que passava nos jornais esportivos era o feito daquele time de heróis e o Palmeiras a um passo do título brasileiro depois de 22 anos de jejum.

A semana do primeiro jogo das finais chegou e os jogadores foram em direção a Colombia… Foram e por ali ficaram, o acidente aconteceu e a história deles foi marcada com um inesperado ponto final…

Não decidi escrever este texto para narrar o acidente ou coisa do tipo, mas para falar do sentimento de tristeza que me tomou nestes dias, assim como deve ter tomado você leitor talvez e milhares de pessoas ao redor do mundo.

Ontem tivemos no horário do jogo uma homenagem como nunca vista por parte dos colombianos em Medellín no estádio que seria realizado o jogo, nem no Brasil eu vi uma homenagem como aquela em outras tragédias. No dia do acidente tiveram vários jogos na Europa e também vimos homenagens por parte dos jogadores e equipes, nos Estado Unidos em jogos da NBA tivemos minuto de silêncio em favor das vítimas… Times de futebol ofereceram jogadores para reformular o time da Chapecoense, afinal sobraram apenas 6 se não me engano que ficaram no Brasil, tivemos jogos cancelados, aumento dos sócios torcedores do time, esgotamento total da Camisa Oficial da Chape nas lojas e tantas outras homenagens e ações em favor do time, não simplesmente do time, mas das pessoas que ali estavam.

Enfim, o mundo todo se uniu no #ForçaChape

Quão bom seria se todos os dias nós vivêssemos em sociedade com este sentimento de união e do bem em favor do outro, mas somos egoístas demais para pensar no próximo não é mesmo? Da mesma forma que o presidente do Sport Club Internacional está apenas pensando em seu clube e na situação que ele está no Campeonato Nacional, nós somos assim em nosso dia a dia…

O #ForçaChape vai passar e parar de ecoar pelos cantos do mundo daqui uns dias, ficarão apenas as lembranças e o espaço vazio nas famílias, está sendo bonito tudo que está acontecendo em meio esta tragédia, mas sabemos que vai passar e depois tudo vai voltar à mesma frieza de sempre… Não deixemos o sentido real do #ForçaChape morrer em nós depois destes dias da recente tragédia, que sejamos mais solidários, amáveis e “parceiros”

Meus sentimentos as famílias dos 71 mortos no acidente entre tripulação, repórteres, convidados e comissão técnica da Chapecoense

#ForçaChape

Boa Noite

– Boa noite
– Tudo bem?
– Como vai?
– Vai com Deus
– Fica na Paz
– Bom descanso

Estas foram as palavras que ouvi seguidamente da cobradora hoje quando peguei o 6200/10 em direção ao Terminal Santo Amaro – Carro 76340. Nunca vi uma cobradora simpática como ela antes, com um sorriso no rosto e alegria no olhar, contagiando o clima silencioso meio antipático que tem os ônibus coletivos de São Paulo

São Paulo é uma cidade que nos ônibus não tem muito aquele lance de sair conversando um com o outro de supetão… O comum mesmo é ver as pessoas cada um em seu mundinho particular às vezes lendo um livro, outras com fone de ouvido e aquelas que vc olha já viram a o olhar em outra direção rs
Ao ver essa cobradora hoje fiquei pensando em como tenho sido com as pessoas no meu dia a dia… Muitas vezes com uma cara fechada, de poucos amigos, não falo bom dia, não pergunto como estão meus colegas de trabalho quando chego… Acho que o estresse que quem mora em cidade grande adquire naturalmente nos faz ficar assim, menos humanos, menos gentis, mais antipáticos vivendo num mundo à parte. O trânsito e o coletivo cheio pela manhãs nos tira a paciência do dia todo logo cedo rs

No ônibus foram 40 minutos vendo esta senhora, não sei sua idade, onde mora, sequer sei seu nome, se eu não tivesse que descer para ir ao curso teria parado para conversar com ela e perguntar do porque ela age assim 🙂

Que sejamos mais amáveis, simpáticos com as pessoas, que demos mais ‘Bom Dia’, nos importemos com os outros…

Que possamos ser mais humanos dia após dia, que um ‘Bom Dia’, um ‘Olá, como Vai?’ seja apenas o princípio do ser gentil que há dentro de todos nós ou que criaremos com o hábito diário.